domingo, 3 de janeiro de 2010

Que Deusa sou eu?

As imagens e mitos gregos mais recentes representam Ártemis como uma virgem assexuada, regente da lua crescente, perambulando pelas florestas com seu grupo de ninfas, evitando o contato com os homens e matando aqueles que espiavam sua intimidade. No entanto, esta é apenas uma das inúmeras identidades assumidas por esta misteriosa Deusa, uma síntese das energias multifacetadas da essência feminina.
A natureza de Ártemis é complexa e contraditória: ela é virgem, mas cuida e auxilia parturientes e crianças; é caçadora e ao mesmo tempo protetora dos animais, é guerreira e rainha das Amazonas, mas também é A Mãe dos Mil Seios, senhora da fertilidade. Simboliza a dualidade do bem e do mal, ora aparecendo como uma linda donzela, ora deusa vingativa, agindo como parteira amorosa ou feroz guerreira, protetora das crianças sem nunca ter sido mãe, cuidando da vida ou promovendo a morte.
A deusa Ártemis representa mulheres atléticas que apreciam a natureza e os animais.  Aventureira, parece que a bateria dessa deusa nunca vai acabar, pois energia para um passeio ela sempre possui.  Independente, sabe viver só e sente-se bem assim.  É auto-suficiente o que faz com que ela não seja dependente de um homem para sorrir. As mulheres de Ártemis quando estão envolvidas em relacionamentos costumam ser companheiras e incapazes de sufocar seu parceiro com ciúme, elas respeitam a liberdade dos outros da mesma forma com que elas querem que respeitem as delas.
As mulheres que possuem personalidade semelhante a deusa Ártemis costumam não se sentir bem em locais apertados e roupas justas. Apreciam o espaço e o conforto e costumam trocar programas urbanos por idas a cachoeiras nos fins de semana. São mulheres que após um longo tempo sem ter contato com a natureza se sentem fracas, com pouca energia e então, após passar o dia em uma praia, cachoeira, montanha ou fazenda já se sentem revitalizadas novamente.
Ártemis nasceu com facilidade, mas como seu irmão gêmeo custava a nascer e Leto sofria dores terríveis, Ártemis a ajudou trazer Apollo ao mundo. Foi assim que se originaram os nomes de Ártemis como Eileithya e Partenos, a Parteira amorosa e o título de “Aquela que trazia a luz”. A ilha mágica - renomeada Delos (“brilhante”) - foi consagrada a Ártemis e Apollo, sendo que lá nenhum ser humano podia nascer ou morrer.
Quando Ártemis completou três anos, foi apresentada ao seu pai e Zeus encantado com sua precocidade lhe ofereceu quaisquer presentes que ela quisesse. Ártemis pediu para jamais precisar casar (e assim permaneceu, sendo imune aos encantamentos de Afrodite e Eros), ter mais nomes do que seu irmão, mas ter arco e flechas como ele, poder usar sempre uma túnica curta para correr à vontade nos bosques, ter como companhia sessenta ninfas do oceano e trinta dos rios que cuidassem dos seus animais, reger a Lua e a luz (na sua qualidade de Phoebe, “a luminosa”), ter o domínio das  montanhas e florestas e o direito de fazer sempre suas próprias escolhas.
Ártemis tinha autonomia e independência, liberdade para agir seguindo seu instinto, jamais se submetendo ao domínio ou controle masculino.
Para as mulheres que seguem o Caminho da Deusa, Ártemis personifica o espírito feminino independente, que lhes possibilita estabelecer e defender seus próprios objetivos e escolhas, agindo com confiança e determinação, sem precisar da aprovação masculina. Sentindo-se completas em si e por elas mesmas, o arquétipo de Ártemis reencontrado e reavivado pelas mulheres modernas, lhes confere a habilidade de se concentrar naquilo que é importante, sem se perturbar com a competição, as exigências ou necessidades alheias. O enfoque nos objetivos e a perseverança facilitam a superação dos desafios e obstáculos, direcionando a vontade para alcançar o alvo estabelecido.
As metas do movimento feminista podem ser resumidas pelas qualidades de Ártemis:empreendimento, independência, competência, compaixão (pelos oprimidos, crianças, mulheres, animais). A área dos interesses abrange uma gama variada como: defesa social, socorro às mulheres perseguidas, maltratadas ou abusadas, combate à pornografia e exploração infantil, punição dos estupros e incestos, o empenho para a divulgação e prática dos partos naturais com auxilio das parteiras, a conexão, o respeito e a gratidão permanente perante a natureza, as competições esportivas para jovens, atividades e preocupações ecológicas, solidariedade, parceria e irmandade entre as mulheres, o resgate dos valores e cultos lunares.
Os desafios representados pela exacerbação do arquétipo de Ártemis são: negação da vulnerabilidade própria, indiferença às necessidades alheias (frieza e crueldade com os homens e animais), hostilidade, raiva destrutiva, distanciamento emocional, falta de atenção, cuidados ou compaixão perante os outros, desvalorização das qualidades receptivas, nutridoras e protetoras femininas. A tarefa para retificar os excessos ou faltas deste arquétipo consta na identificação dos padrões positivos e negativos, reconhecendo e eliminando a auto-sabotagem, o alinhamento com os ciclos lunares e naturais, atividades físicas, interesse pela natureza, a definição do que precisa renovar, inovar, descartar, começar ou completar, a valorização da amizade com mulheres.
A sabedoria que Ártemis nos oferece nos dias de hoje é descobrir, defender e expressar a verdade e o poder pessoal, ter centramento e enfoque necessários para alcançar objetivos, complementar as polaridades internas e externas, ampliar os interesses saindo do micro e do individual para o macro e o global, unir razão e emoção, instinto e intuição, força e compaixão, rumo para a unificação e a total integração do ser.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Lista do Desafio Literário


Janeiro – "Para facilitar a vida de todas, leituras rápidas para o primeiro mês do ano. O desafio é ler um livro da Nova Cultural ou da Harlequin. Vale qualquer segmento, Clássicos Históricos, Momentos Íntimos, Júlia, Sabrina, etc. Tenho certeza que você tem um livro na pilha esperando para ser lido. Portanto não há desculpas".

- Passagem Para o Amor (Debbie Macomber)
- Lições do Coração (Diana Palmer) - Reserva
 

Fevereiro – "Um livro que nos remeta aos contos de fada. É baba! Nem tudo é inovação. Há muitas histórias baseadas nos contos de fadas. Patinho Feio, A bela e a fera, Cinderela. (Vide lista de sugestões nos arquivos do grupo)".

- O Mágico de Oz (Frank Baum)
- O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry) - Reserva
 

Março – "Um clássico da Literatura universal. Só vale aquele que você nunca leu na vida. Sabe aquela coleção em destaque na estante que está lá só para fazer bonito? É lá que você vai pescar esse".

- O Nome da Rosa (Umberto Eco)
- O Senhor das Moscas (William Golding) - Reserva

Abril – "Um livro de escritor(a) Latino-Americano. Leitura inédita só para lembrar!"

- Ninguém Me Verá Chorar (Cristina Rivera Garza)
- Cem Anos de Solidão (Gabriel García Márquez) - Reserva


Maio – "Para aliviar, vai aí um Chick-lit. O mar está para peixe no que diz respeito ao gênero".

- Procurava um Marido e Encontrei um Cachorro (Karen Templeton)
- Lembra de Mim? (Sophie Kinsella) - Reserva
 

Junho – "Um livro de uma escritora brasileira"

- Tudo o Que Eu Queria Te Dizer (Martha Medeiros)
- As Meninas (Lygia Fagundes Telles) - Reserva


Julho – "Um livro adaptado para o cinema. O que mais há ultimamente!"

- Falcão Negro em Perigo (Mark Bowden)
- Elite da Tropa (André Batista, Rodrigo Pimentel, Luiz Eduardo Soares) - Reserva


Agosto – "Um romance policial. Vale os autores mais clássicos ou autores do romance “romântico” policial"

- Maigret e o Homem do Banco (Georges Simenon)
- Segunda-feira de Luto (Kathy Reichs) - Reserva


Setembro – "Um romance histórico. Cá entre nós, esse gênero é o queridinho de muitas!"

- O Morro dos Ventos Uivantes (Emily Brontë)
- O Conde de Monte Cristo (Alexandre Dumas) - Reserva


Outubro – "Um livro que contenha uma lição de vida. Pode ser ficção ou não-ficção. Viu como facilitei?"

- O Clube do Filme (David Gilmour)
- Antes de Morrer (Jenny Downham) - Reserva


Novembro – "Um livro de escritor(a) de Portugal. Com a aproximação ortográfica porque não uma aproximação literária?"

- O Mistério da Estrada de Sintra (Eça de Queirós)
- As Pupilas do Senhor Reitor (Júlio Dinis) - Reserva


 Dezembro – "Um livro (ficção ou não ficção) que tenha a palavra "Coração" no título".

- Enterrem Meu Coração Na Curva do Rio (Dee Brown)
- Vá Aonde Seu Coração Mandar (Susanna Tamaro) - Reserva


A ansiedade está me matando!!!!!!!!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Voltei!

Abandonei meu bloguinho mais uma vez e sinto-me super mal com isso. Tento me disciplinar com as pequenas tarefas diárias, mas estou sempre deixando a bagunça entrar por todos os espaços que ela consegue encontrar. Mas prometo publicamente que tentarei, com o máximo de minhas forças, manter esse espacinho sempre bem arrumadinho. Bom para a auto-estima dele e para a minha! :D

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Adoção!

Botei pra adoção.
E agora,
cadê coragem pra dar?

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Canción de Amor Propio
(Ismael Serrano)

A veces me desdoblo y me digo al oído:
"¡Qué bueno respirar, sentirte vivo!
¡Qué bueno que te cruces por mi camino!".
Rodeado de un espejo circular,
soy feliz con esta esquizofrenia tan particular.

¡Qué grato es encontrarme vaya donde vaya!
Por más que me cuento mis chistes
siempre me hacen gracia.
Si me voy, si me duermo, la vida se apaga.
¡Qué potra saber que siempre me seré fiel!
¡Qué suerte desde un principio caerme tan bien!

Y voy y me levanto cada mañana,
feliz y seguro.
Me hago el desayuno,
me lo sirvo en la cama,
y allá voy, menudo soy,
me dedico un arrechucho:
sexo seguro, sin riesgos, sin contemplaciones,
dudo que nada me satisfaga mejor que un servidor,
menudo soy para el amor.
Y que le voy a hacer si la gente
me condenó al olvido, a ser autosuficiente,
si con eso sobrevivo, que no es poco,
mejor loco que mal acompañado.

¡Qué bonita, qué divertida es conmigo la convivencia!
¡Descojonarme de mi última ocurrencia!
Y esperarme despierto, vuelva a la hora que vuelva,
o cocinar para mí mi plato favorito,
no encontrar en el baño más pelos que los míos.

Sólo yo controlo, sólo yo determino,
mis hábitos de higiene.
Lloro en mi hombro cuando nadie me entiende.
Si me siento solo miro a la luna,
me juro amor eternamente.
Rodeado de un espejo circular,
soy feliz con esta esquizofrenia tan particular.

Y voy y me levanto cada mañana,
feliz y seguro.
Me hago el desayuno,
me lo sirvo en la cama,
y allá voy, menudo soy,
me dedico un arrechucho:
sexo seguro, sin riesgos, sin contemplaciones,
dudo que nada me satisfaga mejor que un servidor,
menudo soy para el amor.
Y que le voy a hacer si la gente
me condenó al olvido, a ser autosuficiente,
si con eso sobrevivo, que no es poco,
mejor loco que mal acompañado.

Companheira dorminhoca

Trombadinha: Garantia de uma companhia preguiçosa ;)

"Pra ninguém!"

Estou em casa, curtindo uma solidão tão gostosa, somente acompanhada por nada mais, nada menos do que minha princesa Trombadinha!!!
Fazia tempo que não sentia tanto prazer em estar comigo mesma. Fico mais tranquila porque sei que a minha eterna companheira está se divertindo e relaxando em boa companhia...
Enquanto estou "só"... CURTO!!! Como o que quero, fico acordada até a hora que quero e fazendo o que quero e por aí vai a minha recém liberta "solidão".
Porque as pessoas têm tanto medo dela? Porque esta singela palavrinha é tão rejeitada, tão colocada de lado, tão escarnecida? Como se a total e completa felicidade só fosse possível em bando. Isso é coisa da pré-história!!!
Isso não é uma só uma apologia à solidão. É um desabafo mesmo! Abaixo as tribos, os bandos ou seja lá o que forem essas coisas conjuntas caminhando pela rua, ou melhor sendo levadas, porque no final das contas ninguém sabe mesmo aonde está indo.
Faz-me muitíssimo bem curtir-me... Faz-me muitíssimo bem esse silêncio... Faz-me muitíssimo bem esse momento de amor próprio onde a única testemunha é uma felina ranzinza e dorminhoca em cima da cama.
Dixi.
"Ninguém pra ligar e dizer onde estou
Ninguém pra ir comigo onde eu vou...
Ninguém pra dizer quando eu devo parar
Ninguém na casa pra poder acordar..."

domingo, 21 de junho de 2009

Quebra-cabeças de mim...

"Entre céus nebulosos...
Entre vendavais de louca lucidez...
Aprendi que é me partindo em pedaços
Que posso encontrar meu melhor inteiro..."

sábado, 20 de junho de 2009

Carta do trema ao seu amigo U


Querido U
(Reginaldo Pujol Filho)

Até que enfim consigo te escrever, meu amigo. Demorou porque optei pelo recurso da tradicional e antiqüíssima carta. Não estava disposto a enfrentar a censura dos corretores ortográficos dos e-mails. Queria sentir mais uma vez o gostinho de me expressar em bom português. Pois aqui estou. E creio que o primeiro a ser dito, daqui da Alemanha, é sobre a vergonha que sinto quando penso no passado. Calma, amigo U. Passado recente. Não os mais de cinqüenta anos vividos no Brasil. Não seria inconseqüente assim. Refiro-me ao tanto que tremia ao pensar no meu futuro pós-ditadutra. Lembras de como eu mirava com obliqüidade para o amanhã? Lembras, eu dizia que, depois da ditadura ortográfica, só me restaria me associar ao Ponto-final e tentar vaga de reticência. Cogitei também me virar, tentar ser dois-pontos ou até, no auge da intranqüilidade, emoticon! Vergonhoso. Mas vocês me apoiaram, argüiram que o horizonte era bem melhor. Recordo-me, lá na festa de despedida organizada por ti, U. Todos me incentivando.O Til, naquele humor típico de tiozão, a dizer “Mas os caras amam lingüiça, lá tu vai cair no gosto deles!” E não é que estavam mesmo todos certos? Tranqüilize todos! Até mesmo a boa e velha Exclamação, por favor, tranqüilize-a. Conte aí que, desde que desci sobre Düsseldorf, meu camarada, me sinto recebido de dicionários, ou melhor, wörterbuch abertos. Nenhum problema com imigração, xenofobia, preconceito, o que for. Os alemães me a-do-ram. Sinto na atmosphäre do país que todos me querem. Fazem questão da minha presença. Não há fräulein que saia de casa sem mim. Tem apfelstrüdel pra lá, küchen pra cá, chopp e prösit a toda hora, só vendo, U. Claro, não vou negar o passado. Minha insistência em permanecer no Brasil, apesar dos medos e inseguranças que a população tinha ao meu respeito. Sim, amava viver por aí. Mas me comove ver aqui crianças que me adotam desde pequeninas. Sabe quando você vê uma criancinha brincando com um cachorro grandão, de botar medo em muito barbado? Esse são os alemãezinhos, U! Mal aprendem a escrever, já me botam nos cadernos. Aqui não sou bicho papão. Confesso até às vezes estranhar essa minha ubiqüidade! Esse estar por todos os lados. Nunca trabalhei tanto na vida, nunca fui tão lembrado, rapaz. Os alemães não se dirigem a um outro europäer sem me levar junto. Estou muito fröhlich – que, se você não sabe, é como eles falam alegre. Isso é que é primeiro mundo, meu velho. Tenho pensado até em escrever para a Crase e o Ponto-e-vírgula. Sei dos seus medos de serem exilados como eu em uma nova “reforma” aí no Brasil. Pois não esperem, venham logo tentar a vida por esses lados na Europa (dizem que a França tem muito mercado para a Crase, sabia?). Escreverei com certeza. Não mentirei nem a eles, nem a você, meu amigo, que a saudade, em certas horas, bate forte. Mas aí lembro do tratamento digno de um eqüino que me dispensaram aí, reparo na recepção dispensada a mim por aqui, e eis que digo: estou e sou feliz. Precisa ver o suporte que me deram. Diversas letras me levando nas costas para cima e para baixo, como só tu fazias por mim. Tratamento top. Ou melhor, über! Veja nas fotos, já me levaram para München, Lübeck, Münster e tantos outros lugares. Até para Dänemark já me carregaram. Te mete! Para quem não tinha acesso a uma capital do Brasil, hein? Me sinto quase uma autorität por essas terras. Mas, por favor, não pense que me esqueço de tudo o que vivemos. Nunca cometeria esta iniqüidade! Como esquecer da despedida que vocês prepararam? Que festa! A e Agá juntos botando som? Depois o I mais o E, mais o Agudo. Aí foi a vez do Ó junto com o Agá! Que belos DJs! Até tu, junto com o incansável Agá, botaste a turma a fazer Uhu! Inesquecível, amigo. Teve até aquele momento em que os irmãos Parênteses pediram uma pausa para o discurso ensaiado com o Travessão! Se não estivesse apoiado em ti, juro que eu teria caído antes da hora. Saudade, se houvesse em alemão, certamente eu ajudaria a escrever. E até por isso comemoro tanta agitação, tanto convite nos lados de cá. Assim fico ativo, me sinto vivo, não fico a recordar e toco o barco, vou em frente por que atrás vem gente. Por falar nisso, muita gente. Inclusive, tenho que me despedir para ir até a universität (sim, amigo, aqui a academia faz questão da minha presença). Aguardo notícias tuas. E avise aí. O Trema não caiu! Auf wiedersehen Saudade, küssen e abraços do seu, acima de tudo, amigo.

Trema

(Nessas horas dá mesmo vergonha de falar Português!)

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